domingo, 11 de março de 2012

Desaproprie-se e venha à luta


O seguinte comentário/relato ocorreu sábado, 10/03/2012, pela manhã:

Fui convidado para acompanhar as entrevistas que servirão de base para a monografia de concluinte do Curso de Licenciatura em Geografia do IFRN da minha amiga Eloísa Varela (a mesma criatura que deu a entrevista sobre o tema para a ESPN. Clique aqui). Pesquisa essa que estuda as desapropriações do Poder Público Municipal no Bairro das Quintas para as obras de "mobilidade" da Copa 2014.

Confesso que eu não tinha TOTAL interesse no estudo por achar algo muito simples, banal e algo já taxado, na minha cabeça, de fato consumado: "As desapropriações irão acontecer e não há outro jeito, na altura do campeonato. A briga deve ser por valores etc." Isso ainda penso.

Mas sábado eu tive o contato DIRETO com os atingidos pela obra do futuro e famigerado Complexo da Urbana:

   
E esse contato direto foi com a própria população atingida e voltei com duas imagens:

- Os Atingidos: DESESPERO.
- Os Opressores: DESRESPEITO.

O Poder Público Municipal, além de não ter seguido a legislação aplicável às desapropriações, ainda falta com total respeito pelos moradores, uma vez que não dá informações sobre valores, sobre alternativas, sobre o futuro de modo geral dos moradores.

Frases do tipo: "não sei para onde eu vou", "não sei o que será da minha vida", "moro aqui há mais de 50 anos", "consegui essa casa com o Prefeito Djalma Maranhão", "vou sair daqui porque serei obrigado", "daqui só gostaria de sair no meu caixão" foram recorrentes.

Estimado leitor que até aqui teve paciência para ler essa postagem, essas frases saíram da boca de senhores  e senhoras com mais de 80 anos de idade e que se vêem naquele território, ou seja, fazem daquele território o seu LUGAR (geograficamente falando). É ali que conhecem os vizinhos, é ali que têm sua história, sua criação, a criação dos filhos, dos netos etc. Frases essas que saíram da boca de moradores com lágrimas nos olhos.

Alguns questionamentos e afirmações surgiram:

- A Copa é de todos? Para todos?
- As obras de mobilidade atenderão as necessidades? Ciclovias? Trem? Metrô?
- Fato 1: vai gerar benefícios, mas os benefícios gerados sempre em detrimento de outrem, são benefícios    válidos socialmente?

Por fim, conclamo a participação de TODOS nessa discussão, afinal, direitos sociais quando são atacados por uns, devem ser defendidos por todos!

Participem dos encontros do Comité Popular da COPA 2014. Lembrete: amanhã pode ser você. Não é ameaça, é um fato.

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