sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Por que Robinson Governador?



Nunca escutei tanto uma mesma pergunta em tão pouco tempo em toda minha curta passagem terrena.

Engraçado é que essa pergunta vem sempre recheada com outra nas entrelinhas: por que não Robério Governador?


Pois bem. Intentando responder a todos e a cada um, tentarei expor pragmatica, lógica e racionalmente minhas razões ou até mesmo as razões do PT. Evidente que não falo pelo PT, pois não tenho essa autoridade, mas posso reproduzir o muito que ouço por ai dos nossos líderes políticos.

Para tanto, e já parafraseando o Deputado Fernando Mineiro, é necessário deixar claro que "Robinson não é igual a Henrique". Não o é pelo simples fato de que na política nada é igual, muito menos em momentos, anos, coligações, abraços e aperto de mão distintos.

Esse mesmo papo a militância de esquerda, ou petista ou simpatizante etc. vociferou em 2006 quando apoiamos Wilma a sua reeleição contra Garibaldi e Fernando Bezerra ao senado. A candidata da oposição ao senado era nada mais, nada menos que Rosalba Ciarlini. Rosalba começou ali mesmo, após vitória ao senado sua candidatura ao governo em 2010, quando o PT apoiou Iberê e eu, como não era filiado ainda, votei em Carlos Eduardo ao governo, quem eu julguei, e até hoje acho, seria o melhor voto em 2010.

A pergunta é: Fernando Bezerra era mesmo igual a Rosalba em 2006? A consequência da vitória de Rosalba ao senado em 2006 seria a mesma em 2010 quando esta se elegeu governadora? À reflexão.

Ato contínuo, chamando o feito à ordem do ano de 2014, Henrique arregimentou, salvo engano, 8 (oito) ex-governadores, toda a classe tradicional do Estado do RN com um só intuito: vencer as eleições por W.O. Isso é claro, correto?

Alguém que me lê julga que Henrique não chamou Robinson? Qual a posição mais cômoda HOJE nas eleições desse Estado: estar com Henrique ou contra Henrique? 

Esse ponto positivo deve ser encarado. Robinson decidiu enfrentar "sozinho" com o PT toda a máquina midiática, empresarial e política do Estado. Uma verdadeira aventura política, com todo o respeito, que pode "aposentar" Henrique, Wilma etc. em um só voto. 

Eles podem se unir mais à frente? Claro que pode. Mas o voto também tem uma função às vezes esquecida pela sociedade: pedagógica. O baque que os setores tradicionais, classe empresarial, midiática e até mesmo jurídica do RN levariam seria histórico e faria o povo definitivamente entender que as eleições servem, antes de tudo, para cutucar o eleitor e tirá-lo da inércia.

E quando eu citei "pragmatismo" acima não foi em vão. Sou pragmático e não nego. Votar em qualquer outro ou anular no segundo turno de nada me serviria ao que acredito e defendo. Além disso, e aqui é um ponto pessoal, tenho obrigações com o partido que me filiei PORQUE QUIS, logo, em não sendo obrigado a me filiar, sou obrigado a seguir aquilo que é deliberado democraticamente entre os nossos.

A política que a "verdadeira esquerda" de modo geral faz de negar política de alianças e chamar tudo de "politicagem" me assusta mesmo. Junto disso me chega uma negação das instituições, um clamor pelo "povo na rua" como se tudo pudesse resolver. E não, não serve e não resolve. Isso é discurso de quem não tem voto e tenta, na marra, destruir as instituições.

Para mim, esse discurso despolitiza.

Mas de que instituições falo? Congresso, Assembleias, Câmaras etc. Essas casas podem não se respeitar, mas devem ser respeitadas porque ninguém governa um país sem um congresso, ou para usar o termo famigerado, sem "politicagem" com o congresso. Ninguém governa um Estado sem uma Assembleia, assim como não governa uma cidade sem uma câmara. Esse jogo político é a própria essência da democracia e não o contrário.

Digo que é a própria essência da democracia porque Bolsonaro, Feliciano, Jean Willys e Nilmário Miranda estão na MESMA CASA e representam o povo do MESMO JEITO. Cada um, na sua atuação política representa uma parcela da população. Bolsonaro, Feliciano, Jean Willys e Nilmário Miranda receberam votos e é necessário governar COM eles não CONTRA eles. E governar COM não é "dar as mãos" ou "politicagem", é e simplesmente é POLÍTICA.



Faço esses comentários acima para afirma que votar em um candidato que não entende a política dessa forma, é votar tecnicamente politizado e na prática se despolitizar.

Observe: Um candidato "qualquer" eleito governador, como agiria em janeiro com os cargos comissionados? Com greves? Com a assembleia sem líder, sem maioria, sem governo, por fim? Duraria quantos meses esse governo?

Mas não estou aqui para falar da "verdadeira esquerda". 

Voltando ao Robinson, é necessário também entender que a candidatura de Robinson VIABILIZOU a candidatura da nossa aspirante ao Senado, Fátima Bezerra. Ou alguém aqui teima em julgar que eleição ao Senado se ganha sem voto casado? Sem cabeça de chapa? Parem de voar....

Por essas e outras motivações que com certeza outros têm por ai, sinto-me à vontade para defender o nome de Robinson em contraponto à tentativa de imposição de um governador, além da necessidade de fortalecer o nome da companheira Fátima ao Senado e demonstrar ao povo do RN que ele pode mais, muito mais.

Aproveito o texto para postar um pequeno escrito de um companheiro de partido, Bruno Costa sobre o tema:

"Não queremos apenas eleger Fátima senadora e Dilma presidenta, queremos também eleger aquele que, mesmo sendo oriundo de uma tradição política bem distinta da tradição petista, teve a ousadia de caminhar ao nosso lado para disputar o governo estadual, enfrentando um acordão que talvez represente a maior recomposição oligárquica da história recente do Rio Grande do Norte. Não temos apenas uma aliança cartorial com o PSD, temos compromisso com a eleição de Robinson Faria governador, tanto para derrotar aqueles que mandam e desmandam no Rio Grande do Norte há décadas, como para disputar os rumos do futuro governo estadual"

Por fim, Robinson é igual mesmo a Henrique? A consequência de vitória de Henrique em 2014 será a mesma em 2016? Será a mesma em 2018 principalmente?

Think about it...


sexta-feira, 21 de junho de 2013

Carta dos Movimentos Sociais à presidenta Dilma Rousseff

Cara Presidenta,

O Brasil presenciou nesta semana mobilizações que ocorreram em 15 capitais e centenas cidades. Concordamos com suas declarações que afirmam a importância para a democracia brasileira dessas mobilizações, cientes que as mudanças necessárias ao país passarão pela mobilização popular.

Mais que um fenômeno conjuntural as recentes mobilizações demonstram a gradativa retomada da capacidade de luta popular. É essa resistência popular que possibilitou os resultados eleitorais de 2002, 2006 e 2010. Nosso povo insatisfeito com as medidas neoliberais votou a favor de um outro projeto. Para sua implementação esse outro projeto enfrentou grande resistência principalmente do capital rentista e setores neoliberais que seguem com muita força na sociedade.

Mas enfrentou também os limites impostos pelos aliados de última hora, uma burguesia interna que na disputa das políticas de governo impede a realização das reformas estruturais como é o caso da reforma urbana e do transporte público.

A crise internacional tem bloqueado o crescimento e com ele a continuidade do projeto que permitiu essa grande frente que até o momento sustentou o governo.

As recentes mobilizações são protagonizadas por um amplo leque da juventude que participa pela primeira vez de mobilizações. Esse processo educa aos participantes permitindo-lhes perceber a necessidade de enfrentar aos que impedem que o Brasil avance no processo de democratização da riqueza, do acesso a saúde, a educação, a terra, a cultura, a participação política, aos meios de comunicação.

Setores conservadores da sociedade buscam disputar o sentido dessas manifestações. Os meios de comunicação buscam caracterizar o movimento como anti Dilma, contra a corrupção dos políticos, contra a gastança pública e outras pautas que imponham o retorno do neoliberalismo. Acreditamos que as pautas são muitas, como também são as opiniões e visões de mundo presentes na sociedade. Trata-se de um grito de indignação de um povo historicamente excluído da vida política nacional e acostumado a enxergar a política como algo danoso à sociedade.

Diante do exposto nos dirigimos a V. Ex.a para manifestar nosso pleito em defesa de políticas que garantam a redução das passagens do transporte público com redução dos lucros das grandes empresas. Somos contra a política de desoneração de impostos dessas empresas.

O momento é propício para que o governo faça avançar as pautas democráticas e populares, e estimule a participação e a politização da sociedade. Nos comprometemos em promover todo tipo de debates em torno desses temas e nos colocamos à disposição para debater também com o poder público.

Propomos a realização com urgência de uma reunião nacional, que envolva os governos estaduais, os prefeitos das principais capitais, e os representantes de todos os movimentos sociais. De nossa parte estamos abertos ao diálogo, e achamos que essa reunião é a única forma de encontrar saídas para enfrentar a grave crise urbana que atinge nossas grandes cidades.

O momento é favorável. São as maiores manifestações que a atual geração vivenciou e outras maiores virão. Esperamos que o atual governo escolha governar com o povo e não contra ele.

Assinam:

ADERE-MG

AP

Barão de Itararé

CIMI

CMP-MMC/SP

CMS

Coletivo Intervozes

CONEN

Consulta Popular

CTB

CUT

Fetraf

FNDC

FUP

Juventude Koinonia

Levante Popular da Juventude

MAB

MAM

MCP

MMM

Movimentos da Via Campesina

MPA

MST

SENGE/PR

Sindipetro – SP

SINPAF

UBES

UBM

UJS

UNE

UNEGRO

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Sobre Haddad, São Paulo e as Manifestações

Conheci Haddad em 2008 na Conferência Nacional dos Advogados em Natal. 

Vi-o falando sobre os planos do iniciante, à época, REUNI. Apresentava cada 'slide' com uma energia excelente e eu pensando: "coitado, não cumpre nunca. Triplicar os IF´s? Impossível". Foi lá e fez.

Voltei a "me encontrar" com Haddad em 2010 na conferência de encerramento da SBPC na UFRN.

Quando ele entrou no auditório da reitoria, foi aplaudido de pé por todos ali e ficou até com cara de surpresa, lembro-me bem.

Quando ele começou a falar ouvimos gritos: estudantes de medicina protestavam lá fora contra o Reitor e algumas medidas que prejudicavam o curso...Haddad parou o "discurso" e disse: "o que é isso?".

Ivonildo, Reitor à época, virou e disse baixo, mas perceptível: "protesto lá fora". Haddad retrucou: "então deixa entrar, não vim aqui pra falar em um ambiente fechado e não democrático".

Os seguranças da UFRN deixaram entrar e Haddad falou: "quando eu terminar, quero um representante de vocês para falar aqui em cima da pauta". Alguém foi lá falar, explicar e depois foi acertado acordo em Brasília...

Por que eu disse isso tudo? Porque esse Haddad é o cara que "eu votei" em 2012. Não o que ali está deixando a corda torar em cima do PT de novo...

Meninos, eu vi...

Sede do PT quebrada e ATIVISTAS DA JPT hostilizados na manifestação são sinais. De quê?

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Muito além do preconceito: Um Real Depoimento sobre o Bolsa Família

Vivemos em uma época que uma jornalista de gosto e nome duvidosos discute a problemática da fome e do Bolsa Família em 0,58 segundos e é compartilhado como "a verdade".

Por fim, sou obrigado a mais uma vez tocar nesse tema, haja vista que mesmo todos os organismos nacionais e internacionais defendendo o programa, a elite brasileira criada no "leite e na pera" continua sem nada saber.

E volto a falar do tema porque me chega agora à noite um depoimento de um ex-aluno que MUITO me orgulha desde a sala de aula pela sede de conhecimento, luta contra o preconceito e vontade de vencer.

Depoimento que transcrevo abaixo:

(Transcrição do chat do facebook)

Ele: essa questão do bolsa família ta me estressando um bocado;

Eu: normal..muita desinformação por ai..

Ele: ñ professor
o foda disso tudo é q todo mundo acha q a solução pra tudo é o fim do bolsa família

Eu: exato.

Ele: ae a falação de merda é grande de mais!!!viram logo políticos e digo mais, presidentes!!!

Eu: pois é

Ele: mas no meu caso é mais perturbador pq eu fui um garoto q fui alimentado com esse dinheiro quando nem comida eu tinha na mesa
foi um programa q me deu dignidade de seguir meus estudos
embora a necessidade de largá-los fosse maior

Eu: Muito bacana seu depoimento..
e quando vocês não precisaram mais, deixaram na boa?

Ele: claro
pq logo q podemos eu e minhas irmãs começamos a trabalhar
hoje o meu sobrinho recebe o benefício, q é investido justamente nos seus estudos

Eu: Posso publicar esse relato sem citar nomes?

Ele: avontade
a vontade*
e mais...
minha irmã foi inserida no mercado de trabalho graças ao benefício
pois foi com esse dinheiro q minha mãe pagou um curso de informática básica e gráfica
acabando foi logo em busca de emprego e conseguiu graças a sua graduação
foi o primeiro emprego dela
onde ela ficou lá por 2 anos e 6 meses
e desde de lá sempre correndo atras !!!
hoje ta cursando educação física
e é técnica em nutrição de restaurante
e hoje ela e minha mãe contam sem vergonha alguma q tudo isso só foi possível pelo programa
depois de tudo isso, o cara ver um bando de moleque em idade e pensamento falando asneiras
é como se estivesse me agredindo

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Acho que nada mais preciso comentar. Fim.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Muito além do: "Mas você votou em Carlos Eduardo..." #RevoltadoBusao

Assustadíssimo!

Após a onda de revoltas e desilusões com o "Natal Conhece, Natal Confia", alguns seres iluminados pela escuridão da demência política questionaram o porquê das minhas críticas a Carlos Eduardo se eu tinha votado nele. Fiquei assustado mesmo.

De início deu raiva. Depois, pena.

A ausência de criticidade política gera uma pergunta dessa. É a política do: "Eu não posso 'perder' meu voto votando em quem PODE perder ou em quem não preste" (Quem votou em Micarla então...).

É a política do "se eu votei, tenho que defender até a última gota de sangue".

É a política do "se eu NÃO votei, devo criticar até sangrar...".

Não há distinção, é imbecilidade lá e cá.

Quero e preciso avisar a todos que eu tinha (tenho) candidato, o melhor candidato (até a oposição disso sabia), o nome dele era Fernando Mineiro! E você bocó que a mim chega para perguntar tamanha irracionalidade não deve ter votado nele...

E este meu candidato não foi para o segundo turno, e este candidato não ganhou portanto. E este candidato apoiou Carlos Eduardo (quando covardemente poderia lavar as mãos à la Marina Silva em 2010, jogando a presidência nas mãos de Serra) indo de encontro a muitos de seus eleitores. E este candidato votou pelo apoio e NÃO participação na administração que as trevas começam a tomar. Este candidato não tem cargos na prefeitura e nem interesse de ter. E por incrível que pareça é o mais criticado, quando foi o que menos quis...

A ideia era "Votar 12, pensando no 13" e não "Vote 12 e vire pelego"! Aproveito aqui para chamar o resto da Juventude do PT que literalmente SUMIU dos atos nas ruas. Quero crer que é o tempo mesmo...

Considerando isso, fui obrigado a votar em Carlos Eduardo sim. "Eu não quero ser obrigado a escolher a merda mais cheirosa". Desculpem, mas precisam sim!!! O voto nulo, dentre outras críticas, é deixar a merda mais cheirosa ou mais fedorenta ser escolhida do MESMO jeito. Enfim, cá não estou para falar disso.

Continuando, o que mais chama a atenção em quem assim pensa (?) é que a maioria votou em Hermano e usa desse subterfúgio (eu ter votado em Carlos Eduardo e depois criticá-lo) como motivo para dizer: "Você devia ter votado em Hermano".

BITCH, PLEASE!!! Come on baby...

Carlos Eduardo terá o mesmo tratamento que os membros do MEU partido têm: saiu da linha ou não entrou na linha, crítica justa!

Ademais, minhas críticas não se limitam ao aumento da passagem. Isso é o de menos. É o aumento indiscriminado, sem transparência, publicidade de gastos, lucros, prejuízos das empresas. É ver o SETURN brincar com a vida das pessoas gozando por canetas jurídicas e o prefeito dizer que "Roberta Sá é um bom programa pra hoje" no twitter, enquanto o mundo se acabava nas ruas. (veja AQUI a preocupação do prefeito).

É ver o SETURN usar uma concessão pública de uma forma plenamente drogada e prostituída pelo capital privado. Concessão é concessão. O Estado mais liberal não pode ver concessão como privatização. Concessão deve ser regulada milimetricamente.

A prefeitura deve mandar nas rotas, no preço, na qualidade. A prefeitura deve criar uma Empresa Municipal de Transporte Público para COMPETIR e nortear o sistema. Colocar em Empresa para rodar na madrugada etc. Fica essa deixa.

Por fim, "ah, mas você não votou em Mineiro...".