sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Direitos Humanos: por que eu devo defendê-los?


     Estava eu indo ao IFRN um dia desses ai a tarde e eis que do nada comecei a pensar sobre o assunto que envolve os Direito Humanos, o Direito, a Sociedade, a Mão Policial do estado de modo geral e me vieram muitas coisas à mente. De ímpeto disse: tenho que escrever sobre isso. Existem muitos mitos sobre os DH e críticas infundadas. Vamos tentar acabar com elas agora.
     "Emanuell, você defende os DH porque ninguém da sua família foi atacado por um bandido ou coisa parecida. Isso é retórica barata de idealistas". Pode ser sim, mas não é! Quando uma pessoa defende os DH deve se lembrar que está defendendo os DH de si próprio e não os de Fernandinho Beira-mar por exemplo. Eu digo isso porque o limiar entre o mal e o bem, entre o bandido e o cidadão (existe cidadão no Brasil? ops..) é muito, mas muito pequeno mesmo. Veja bem, o que quero dizer é que amanhã eu ou você poderemos estar dentro de uma cadeia. Ai eu pergunto? Você vai pedir pelos DH? Eles vão deixar de ser "retórica barata"? Exemplo: um "simples" acidente de carro com vítima pode acarretar Pena Restritiva de Liberdade para o condutor. Ou seja, estamos todos sujeitos ao pior, a sofre o pior que queremos para os outros muitas vezes.

     "Mas Emanuell, ainda não concordo. Você está falando se for com uma 'pessoa de bem'. Mas se for um bandido tem que matar mesmo, tem que sofrer mesmo". Concordo pelo lado emocional, mas o meu racional diz: Não! "Mas Emanuell, continuo pensando o mesmo. Se temos certeza que o cara lá é o criminoso, por que não dar um lição nesse cabra safado?!" A resposta é simples: como falar em "certeza" no que tange à pena, ao Direito Penal? Nunca viram filmes policiais? O que se vê no cinema muitas vezes é algo que realmente aconteceu. Vamos lembrar que isso passa muitas vezes na cabeça de um policial, por exemplo, e ele pode querer "dar um lição no cabra safado" e a lição pode ser dada em você, porque ele tem certeza que foi você que cometeu o crime. Mas e se não foi!? E agora? Ah, já sei, se você ainda estiver vivo após a "lição", você vai clamar pelos DH e entrar com uma ação indenizatória contra o estado. Acertei? Gente, o que estou tentando dizer é que, 'infelizmente', é necessário defender a integridade física daqueles ditos criminosos (não são até que se comprove o contrário) para que possamos defender a nossa também, porque é nessa questão de "dar uma lição" naqueles que se tem 'certeza' que acaba por se "entrar em um vício" de tortura. Podendo, inclusive, passar da "tortura legalizada da certeza" para o arbítrio de um simples policial/soldado sobre quem deve morrer/sofrer --> Lá em Guarabira isso se chama "iminência de Ditadura" meu povo!!!
     Bem, espero que tenha falado um pouco sobre o muito. É um tema muito interessante e quase que não se esgota. Espero também que tenha colocado esse pensamento mais humano e lógico na cabeça de vocês, ou no mínimo, plantado uma semente (do mal não kkkk). Nesse caso, é necessário que vocês a reguem para que não morra sufocada.
     Gostaria muito que quem não concorda com esse raciocínio, comente. Seria muito importante argumentar mais, porque eu posso ter esquecido algo ou, ainda, posso mudar minha opinião também. Até mais....


ps.: Fotografias de torturas no Iraque. A última mostra o suicídio forjado do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela Ditadura Militar brasileira em 1975 após ser torturado.

   

2 comentários:

  1. Esse seu texto me fez lembrar daquele filme: A vida de David Gale ; lembra? kkkkkkkkk, massa!

    Gilberto Alves

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  2. Hum, realmente. Não tinha atentado para essa lembrança antes. Mas tem tudo a ver mesmo.

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