(Texto recebido da colega, ativista e blogueira Adriana Amorim.)
A população de Serra do Mel, localizada a cerca de 40 km de
Mossoró-RN, prepara um grande ato público nesta sexta-feira, 14 de
dezembro, na praça Governador Cortez Pereira, vila Brasília, centro da
cidade. O ato servirá para denunciar as manobras políticas e judiciais
que tentam impedir a posse do prefeito eleito no município, o
sindicalista Manoel Cândido da Costa, do Partido dos Trabalhadores (PT).
Também estão sendo recolhidas assinaturas em uma nota de repúdio contra
a Justiça Eleitoral potiguar, que, mesmo existindo um processo em
tramitação que discute a legalidade da vitória petista, já anunciou que
dará posse à candidata derrotada Irmã Lúcia do PMDB. Como forma de
intensificar o debate, Um twitaço ocorrerá neste sábado, 15, a partir
das 15h, com a hashtag #SOS_SerradoMel.
Candidato pela quarta vez, o sindicalista Manoel Cândido obteve êxito
após derrotar a candidata situacionista apoiada pelo atual prefeito
Josivan Bibiano de Azevedo (PSDB), acusado de chefiar um grupo de
pistoleiros com atuação na região e de mandar matar o jornalista,
blogueiro e presidente municipal do PT Edinaldo Filgueira, crime
ocorrido na sede do seu jornal no dia 15 de junho de 2011. Ainda durante
a campanha o candidato petista passou a enfrentar um processo de
inelegibilidade por conta da apresentação fora do prazo de uma prestação
de contas de sua campanha a deputado estadual em 2010.
Mesmo patrocinada pela governadora Rosalba Ciarlini (líder político da
região de Mossoró), pelo deputado Henrique Alves e o ministro Garibaldi
Alves Filho, a candidata peemedebista foi vencida, porém, se recusa a
reconhecer a derrota e articulou seus padrinhos políticos para usurpar o
mandato de prefeito do legítimo ganhador.
Judiciário sob suspeita
Nos últimos dias o
judiciário potiguar tem sido vítimas de sérias denúncias, uma delas
envolvendo dois desembargadores ex-presidentes do Tribunal de Justiça
acusados de venda de sentenças e desvios de cerca de R$ 20 milhões de
precatórios. Os acusados são os desembargadores Osvaldo Cruz e Rafael
Godeiro, que aguardam o fim das investigações afastados do tribunal e
devem perder suas funções. No dia 24 de setembro deste ano, o Presidente
do TRE, João Batista Rebouças, recebeu em sua casa o desembargador
investigado Osvaldo Cruz, fato que só veio a público porque os dois
acabaram sendo vítima de um assalto no local do encontro.
Hoje, sabe-se que o presidente do TRE-RN tem duas filhas que atuam como
advogadas da candidata Imã Lúcia (PMDB), entretanto, o mesmo não
declarou-se impedido de julgar o processo no TRE, pelo contrário, atuou
ativamente para fazer vitoriosa a tese da peemedebistas.
Curral eleitoral
No Rio Grande do Norte, o
PMDB é liderado pelo deputado Federal Henrique Eduardo Alves, herdeiro
do clã Alves, do qual faz parte o ministro Garibaldi Alves Filho, seu
pai o senador licenciado Garibaldi Alves, o filho de Garibaldi Filho,
deputado estadual Walter Alves e o vereador por Natal Felipe Alves (4ª
geração Alves). Também podem ser incluídos nessa cota o prefeito de
Natal, Carlos Eduardo Alves, e seu pai o deputado estadual Agnelo Alves,
primo e tio de Henrique, respectivamente, atualmente dissidentes.
Henrique é herdeiro de um império de comunicação no estado que incluem
jornais, rádios e o maior canal de televisão, filiada à Rede Globo.
Como a família Marinho, os Alves construíram seu império durante a
ditadura militar e utilizam as concessões públicas de radiodifusão,
televisão e jornais como instrumento de dominação política e manipulação
das informações para se perpetuarem no poder.
Da base de apoio da presidente Dilma, onde atua como líder de governo no
Congresso Nacional, Henrique Alves sabe transitar inescrupulosamente
entre a extrema direita e a esquerda, no mesmo contexto político. Assim,
ao tempo em que é aliado privilegiado no governo petista central,
também foi decisivo para a eleição e sustentação política da única
governadora do DEM no país, governo que tem reprovação de 82% da
população. Também, junto com o ministro Garibaldi Alves, devolveram ao
senado uma das raposas velhas da política do estado: o senador José
Agripino.
Manipulação e tráfico de influência
Cotado
para presidir a Câmara dos deputados, nos últimos dias Henrique Alves
tem sido alvo de denúncias de uma suposta atuação junto ao TSE para
entregar à sua aliada local, pela via judicial, o mandato perdido nas
urnas.
A atuação do parlamentar no Tribunal Superior Eleitoral seria por meio
da relatora do processo contra Manoel Cândido (PT), a ministra Luciana
Lóssio, segundo o BlogdaDilma, Luciana Lóssio é prima do prefeito de
Petrolina-PE, Júlio Lóssio do PMDB e integrante do grupo político de
Henrique. Na condução do processo a ministra reconheceu a
admissibilidade do mesmo mas não o submeteu ao plenário, mantendo-o
sempre em decisão monocrática, sem qualquer relatório, no popular bloco,
negando ao advogado de Manoel Cândido o direito da exposição oral em
defesa de seu cliente e sempre tomando decisões desfavoráveis ao
petista.
FONTE:
Prefeito eleito no município, Manoel Cândido da Costa, do Partido dos Trabalhadores (PT) -
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