segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

(I)Legalmente Constituído, (I)Legalmente Destituído

     Vamos 'hablar un poquito' sobre política? Yes, vamos sim. Mas sobre política da década de 60. Acho que todos que lêem regularmente esse blog não tinham nascido nessa época, mas deve saber que vivemos uma era de terror (para alguns segmentos da sociedade brasileira)a partir de 64 até 85. No entanto, não quero falar diretamente sobre a Ditadura Militar. Quero falar do que pode levar a um golpe, revolução, em resumo, a uma mudança governamental fora dos ditames "legais".
     Mas antes também é necessário discutir um pouco sobre o "errado e o certo". Afinal, os militares estavam certos ou errados ao produzirem o golpe com o apoio da Sociedade e Igreja Católica (nem todos) brasileiras? Para eles, era o absolutamente certo e para a sociedade mais crítica à época algo errado. O que quero afirmar é que os militares fizeram o que fizeram porque estavam fazendo realmente o que achavam certo, o problema é que fazer o que se acha que é certo, nem sempre é o certo a se fazer.
     Tenho que explicar melhor e vou usar coisas do dia a dia. Hoje a tarde quando acordei (sim, acordei às 14:00 horas) estava passando a novela "Alma Gêmea" em uma cena que a bad Cristina  tenta reaver o corpo do marido (Rafael) ainda vivo que fora sequestrado de sua casa. Vamos analisar o caso, a bad Cristina é legítima esposa de Rafael e tem todo direito de cuidar dele, no entanto, todos sabem (quem conhece a história) que ela quer, na verdade, matar o cara, logo sequestrar e escondê-lo dela é algo legítimo logicamente e ilegítimo juridicamente. Portanto, deixando a cultura televisiva de lado, o que quero analisar é que mesmo o que é legitimamente constituído, como o Governo de João Belchior Marques  Goulart, o famigerado "Jango", pode ser ilegalmente destituído para promover um "bem maior". Sim, meus amigos, estou defendendo sim que "os fins justificam os meios", mas não estou defendendo a Ditadura Militar em si. De jeito nenhum, eu seria a última pessoa a defender isso, apenas a usei como exemplo, exemplo infeliz, mas it´s done.
     No caso em questão, os militares realmente pensaram que estavam salvando o Brasil do "perigo comunista" e pensavam que um dia isso seria reconhecido e tal. Agora, por fim, quero atentar para o fato de atitudes "similares" tomadas diariamente. Pois bem, até onde é legítimo acabar com algo também "legítimo" para legitimar outra coisa mais legítima? E até onde isso que é  mais legítimo o é para todos, para toda a sociedade? Fica a problemática..não aguento mais escrever.

2 comentários:

  1. Fuderoso, Emanuell!!! O post mais provocativo que eu li no blog...rsrsrsrs...

    essa problemática é intricada e cheia de nuances contextuais. Eu, particularmente, acho que nessas decisões alguém sempre sai perdendo, seja uma parcela menor de pessoas, ou seja a maioria (dependendo do nível de manipulação coletiva engendrada por um grupo social). Mas é complicado mesmo definir os limites que separam o bem e o mal, o certo e o errado, sempre existe um jogo de coveniencias instantâneas por trás. O que é certo hoje, pode já não ser amanhã... É um problema pra se pensar, meu amigo.

    Ei, posso colocar teu blog nas indicações do meu blog? no quadro "recomendações de blog"?

    Abraço.

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  2. Claro que pode meu caro. Será um honra!!

    Agora falando do comentário: Realmente delimitar o certo e o errado, é errado! Isso me é mais intrigante ainda pela profissão que devo trilhar. Bicho, o Direito tenta dizer o que é certo e errado e nem sempre acerta. E isso é algo complicado, uma vez que quais as repercussões na vida da sociedade por uma decisão "acertada" legalmente e "errada" socialmente? ptuz...vou enlouquecer!

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